O crack, ou pedra, é feito da sobra da produção de cocaína. Só que, em vez de ser cheirada, a droga é fumada em cachimbos ou canudos. Até o começo deste século, o crack era um problema eminentemente paulista. Não havia registro de uso ou venda em estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pernambuco ou PAULO AFONSO. Além disso, era uma droga típica de moradores de rua e mendigos. Hoje, está no País inteiro e os viciados são de todas as classes sociais. A droga continua sendo a mais barata do mercado - uma pedra pode ser comprada por até R$ 2 - e o poder de dependência é dos mais fortes: muitos ficam viciados no primeiro trago. É possível dizer que o Brasil e Paulo Afonso vive uma epidemia de uso do crack.
Nos anos 90, os traficantes de cocaína da capital fluminense fizeram um acordo para não deixar o crack ser vendido ali. Além de ser uma droga muito barata, ela mata rápido os consumidores, que, paranóicos, oferecem qualquer objeto em troca de uma pedra quando sofrem a abstinência. Do ponto de vista dos traficantes, portanto, crack não era bom negócio. Há pouco tempo, no entanto, a droga invadiu o estado. A polícia investiga se isso aconteceu por causa da aproximação entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) paulista e as facções criminosas cariocas (como o Comando Vermelho).
Sérgio Cabral, governador do Rio, disse recentemente que "foram criminosos de outros estados que trouxeram este consumo para cá. Nossa polícia já apreendeu grandes quantidades desta droga". De fato, entre janeiro e julho do ano passado, as apreensões de crack cresceram 578% no País. E a maior parte desses entorpecentes foi apreendida na Via Dutra, sentido São Paulo-Rio. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), foram apreendidos 25,8 quilos de crack nas estradas. No ano passado, 40% de toda a cocaína que a polícia encontrou no Rio de Janeiro estava na forma de crack. De acordo com a polícia fluminense, o consumo dobrou de 2007 para 2008. E a prefeitura estima que 90% dos moradores de rua já é viciada em crack.
No Rio Grande do Sul, a situção também é grave. Há 10 anos, não havia nenhum registro de dependentes. Hoje, são 50 mil viciados. A epidemia gaúcha é tão alarmante que o Ministério da Saúde passou a investir R$ 50 milhões por ano para prevenção e tratamento de usuários. O reduto dos viciados e traficantes em Porto Alegre, ou a "Cracolândia gaúcha", é a avenida Farrapos. No Distrito Federal, a cidade-satélite de Taguatinga também sofre com a invasão. Assim como Recife (PE), Salvador (BA), Fortaleza (CE), Belo Horizonte (MG) e PAULO AFONSO(BA).
O poder devastador do crack se deve, em parte, à forma como a substância chega ao cérebro. O psiquiatra Dartiu da Silveira, que coordena o Programa de Orientação e Atendimento a Dependentes da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que, quando a droga é aspirada, percorre um trajeto enorme até os neurônios. "Mas, quando fumada, é absorvida de modo quase direto pelo cérebro.
Por isso, o efeito é rápido, a abstinência mais intensa e o poder de criar dependência no usuário, bem mais forte", explica ele, que confirma também o fato de a droga não ser mais associada aos pobres.
"Há cerca de 4 anos as classes mais favorecidas passaram a consumir crack também. Não é mais um fenômeno local e nem social", conclui. Em pouco tempo de uso, o crack gera transtornos como delírios e alucinações.O tratamento para livrar o usuário da dependência é complicado. "Sem a participação da comunidade, da família, da escola e das redes de saúde, a polícia vai continuar prendendo, trocando tiros com traficantes. Só que no lugar dele sempre vem outro e outro. E a coisa não acaba", afirma o delegado Cléber Monteiro, do Distrito Federal.
Em Paulo Afonso, as classes sociais de um modo geral já foram atingidas, pais de familia já chegam ao desespero de prender seus filhos até com correntes e cadeados, o fato é serio e as autoridades locais não estão nem ai, não estão se lixando. Rezar e Orar de nada vai adinatar se realmente as providencias não forem tomadas, pergunta-se. 2 VAMOS VIVER EM UMA PAULO AFONSO DE ZUMBIS".
Enviado por: tarcisiopereira1981 (tarcisiopereira1981@bol.com.br
(TEXTO ADAPTADO A REALIDADE DE PAULO AFONSO)