quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Com a palavra, Aldson MINÁ

Entendo a preocupação de algumas pessoas no que concerne às usinas termonucleares. Mas seria bom, antes de simplesmente chamar a imprensa e divulgar nota que transparece pânico e desinformação, movida por motivos ideológicos, esses senhores que tem acesso aos meios de comunicação deveriam se instruir mais sobre o tema. Até quando vão usar uma fatalidade como Chernobyl como desculpa para impedir o progresso? Esquecem-se que o acidente aconteceu em um país onde não havia a mínima preocupação do governo quanto à segurança e qualidade. Porque não citam que tais estudiosos e ambientalistas são na maioria militantes de ONGs de esquerda, se é que isso ainda existe, e que sonham viver num mundo utópico, como a ilha de Thomas More? Nenhum técnico competente (engenheiro ou estudioso sério) negará a segurança e eficiência desse meio de geração. Porque não atualizam suas informações, e ficam sabendo que a energia oriunda da usina termonuclear é uma das mais limpas que se consegue? Se lessem mais, ao invés de divulgar bobagens tipo "acordar do lado de uma bomba", saberiam que muitos países, considerados os mais "verdes" do planeta, há anos utilizam essa fonte, sem nenhum problema. E que na Europa cresceu de modo significativo o número de usinas instaladas na última década. Não há, entretanto, como negar a preocupação sobre o destino dos resíduos tóxicos e a possibilidade, embora remota, de um acidente. É um preço a pagar pela chance de garantir a energia necessária para o desenvolvimento, ante a sua crescente demanda e a rápida aproximação dos limites das fontes convencionais. Confesso não ter informações sobre a capacidade geradora do Rio São Francisco, se já está esgotada ou se ainda há margem que seria uma alternativa a esse plano do governo. Sabe-se que apenas aproximadamente 25% do potencial hidroelétrico do país está sendo aproveitado. A construção de tais usinas por aqui, certamente teria como objetivo o aproveitamento da rede de distribuição existente, já que é óbvio de que PA nem Xingó necessitam de mais energia do que consomem. Creio que esse deveria ser um debate desapaixonado, sem viés ideológico, sem interferência do Greenpeace ou qualquer outro órgão que só vê um lado do problema, (o lado ruim, claro) onde pessoas QUALIFICADAS fariam uma profunda análise do custo/benefício, posicionando-se então quanto à questão. Isso não é assunto para leigos. Por outro lado, caso estas obras venham a se concretizar, reacenderiam a vocação de PA para obras de usina, com as conseqüentes benesses para o progresso da cidade. A mais imediata seria estancar o êxodo dos jovens da região em busca de emprego. Mais do que ir na contramão de alguma tendência, não pode é o País embarcar na contramão da história.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordamos com a maioria das opiniões apresentadas no artigo porém a justificativa de "aproveitamento da rede de distribuição existente" em Paulo Afonso não tem sustentação. O correto seria instalar as usinas nucleares próximas das áreas onde a energia seria utilizada, evitando inclusive a utilização de rede de distribuição. Isto não ocorre porque apesar de pequeno existe o risco de acidentes.
Narcisio Santana

Aldson Miná disse...

Caro Narciso,
Obrigado por encarar meus comentários exatamente pelo que eles são: simples comentários, sem querer entrar no mérito da questão. Entretanto, vejo-me obrigado a discordar do amigo, pois creio não haver perigo maior na utilização de redes de transmissão de energia por energia gerada por termonucleares. Após a geração, depois de passar pelas subestações, o tipo de energia que chegaria às linhas seria o mesmo que sairia, por exemplo, dos transformadores da subestação da PA IV. De qualquer forma, é um assunto instigante, vou me informar mais sobre o assunto! Abraço fraterno.
Aldson Miná