quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Hipocrisia: “eu quero uma pra viver”

É impressionante como parte da nossa sociedade é hipócrita. Basta surgir algum escândalo envolvendo verba pública, farra dos combustíveis, viagem a Brasília, concurso público, pedofilia, para as pessoas despejarem seu veneno contra quem quer que seja, como se isso nunca tivesse acontecido. E, assim como no caso recente, envolvendo o judiciário local, todo mundo tacou a lenha, a fogueira foi acesa e ninguém acabou tostada como a pobre Joana d'Arc, a tal heroína francesa; pelo contrário, as justificativas foram muitas, de todos os tipos, para todos os gostos, mas o que realmente interessava – a punição dos envolvidos, ah, isso ficou para depois... Afinal, o que fizeram de tão errado?
Assim como no caso da “Toga”, depois da cobertura midiática exemplar, os fatos caíram no esquecimento e tudo acabou em pizza. E que pizza! Em qualquer país civilizado, o mínimo que se esperaria seria a destituição desses que se intitulam os "defensores do povo". Seria o mínimo!
Não bastasse a punição austera, fosse-a em forma de detenção ou em prestação de serviços comunitários – se apenas for concedida licença premio ou aposentadoria a este senhor dos anéis, não será uma punição, mas estímulo ao crime. Imagine ver este cidadão, varrendo a Praça das Mangueiras? Precisaria punição maior que essa? Se estivéssemos em um país sério, sim; já que moramos no Brasil, só em vê-lo derramar à face algumas gotas de suor e se sentir "parte do povo", comendo uma quentinha debaixo do sol, ainda que por um dia, bastaria!
Infelizmente, aqueles que nos representam no Judiciário não pensam assim; preferem as obscuridades semânticas da lei à sua efetiva aplicação, até porque, como julgar aqueles cujos crimes assemelham-se aos de seus julgadores? Dessa forma, sem qualquer resquício de arrependimento, os podres são empurrados para debaixo do tapete...
Por: Bob Charles DRT/BA 3.913

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