domingo, 5 de abril de 2009

O risco de se tornar ou parecer igual


Semana passada a oposição espalhou nos quatro cantos da cidade que a empresa o Ferrageiro de propriedade do vice-prefeito, Jugurta Nepomuceno Agra havia participado e ganho 3 licitações na prefeitura e uma na Câmara de Vereadores. Outra denuncia pesada foi a de um suposto contrato entre a prefeitura e a empresa COINPE no valor aproximado de 2.000.000,00, segundo o líder da bancada de oposição Celso Brito Miranda. Blogs e sites de notícias locais foram mais comedidos e discretos. Teve até quem preferisse omitir o devido destaque.
A este colunista, fonte de dentro da PMPA avisou que realmente houve a participação, mas o setor de licitação cancelou literalmente a participação do referido estabelecimento. Sinceramente, por mais que haja um esforço grande, é impossível ficar sabendo dessas notícias sem se preocupar sobremaneira.
Num passado recente na gestão do ex-prefeito Raimundo Caires Rocha, parentes e aderentes, cunhados, esposas participavam do governo, mas não era nepotismo, mas no governo Anilton é, como detalha em sua coluna no PANotícias, o advogado Fernando Montalvão. E assinala, trata-se de improbidade administrativa, mas no governo RCR não era. A história tem nos ensinado que suspeitas e denúncias por conveniência nunca resultaram em nada. Mirem-se no exemplo do nosso judiciário, no que deu?
O juiz Jofre Caldas saiu quase ileso do bombardeio adversário. Dizem que vai para Vitória da Conquista. O tempo vai se encarregar de pôr as coisas no trilho correto da verdade, mas até hoje há quem excomungue o magistrado.
A lembrança do que aconteceu na gestão Raimundo Caires é fundamental. É bom buscar o passado para não perder de vista as coisas que acontecem no presente.
A notícia do contrato sem licitação da PMPA com a COINPE preocupa. O atual grupo que administra o município chegou aonde chegou porque a população pauloafonsina cansou de conviver com homens públicos que faziam dos seus postos verdadeiros balcões de negócios.
A falta de escrúpulo e de decência era assustadora. Havia uma população órfã. As instituições estavam carcomidas pelo tempo e por práticas que fugiam do que reza a cartilha da dignidade.
Em 2008, capitaneada pelo médico Anilton Bastos, o Democratas ganhava as eleições. Surgiu trazendo o novo, com novas práticas, embora prestes a comemorar 100 dias de gestão nada de concreto tenha apresentado com base nas propostas de novas práticas. É querer esconder os raios do sol com a peneira negar que o município está estacionado desde que o novo assumiu.
Os avanços por enquanto não aconteceram. Paulo Afonso tem tudo para se tornar numa referência no trato com a coisa pública e com o desenvolvimento sustentável pautado no aproveitamento racional das riquezas naturais aqui existentes. O turismo, a agricultura irrigada, por exemplo.
Acreditando no governo Anilton Bastos o povo passou a olhar para o município não como um filho enjeitado e problemático, mas como um município com boas práticas na gestão pública e política. O pauloafonsino quer voltar a sorrir. A andar de cabeça erguida e altaneira.
Mas o poder desgasta. É inevitável. Torna-se difícil a manutenção constante da mesma pegada. Por mais que haja um esforço para se renovar permanente, o cheiro do velho permanece. Pessoas se aboletam nos cargos e passam a se considerar donos e senhores absolutos da verdade. É nesses momentos que os equívocos começam a acontecer.
A finalidade aqui não é condenar os acusados previamente, principalmente uma pessoa como Jugurta Nepomuceno Agra, homem de vida simples, cuja honestidade tem sido prática constante na sua trajetória.
A preocupação é outra. O temor é de que um projeto que nasceu a partir do sonho de fazer um município digno da sua história se desvirtue e passe a ser tratado como os outros que o antecederam.
A denúncia da oposição é grave em todos os sentidos. Mas o preocupante é que ameaça jogar na vala comum todos aqueles que durante anos carregaram as bandeiras da ética e da honestidade.
Essas são as bandeiras que ainda sustentam o DEM no poder. Os resultados das urnas têm indicado que o cidadão tem medo de retroceder. O temor do passado nada glorioso mantém acesa a lamparina política do grupo que governa o município. Deixar apagar a chama por um sopro de suspeita é falha imperdoável.
A prática, já dizia Lênin, é o critério da verdade.
Infelizmente, o Democratas sofreu um pouco de desvio na sua condução e na sua prática. A denúncia está feita. Caberá aos
acusados apresentar a defesa. O que não vale é querer desqualificar os denunciantes. O importante é comprovar que não houve irregularidade. É isso que o povo quer. É isso que a história exige. Ficar calado e na retranca não é o mais aconselhado.
Esse tipo de denúncia deve servir para os homens e mulheres do DEM mostrarem à sociedade que foram e permanecem diferentes. Omitir-se ou tentar qualificar quem denuncia é perigoso, pois pode dar margem para que as pessoas pensem que todos são iguais. E neste caso, tal qual no Império Romano, não basta à mulher de César ser apenas honesta. Ela tem que parecer honesta.

Por: Bob Charles
DRT/BA 3.913

2 comentários:

TARCISO PEREIRA(tarcisiopereira1981@bol.com.br) disse...

Vale resaltar aqui que o HANILTON copia as mesmas falhas do governo "RCR", existe nas fileiras da prefeitura pessoas que estam recebendo salrios sem mesmo ir a prefeitura, chegou ao nosso conhecimento que por enquanto são somente duas pessoas , uma do sexo feminino e outro do masculino, este ultimo começou a receber desde janeiro/09 e pode estar até mesmo enganjado agora na prefeitura, é aposentado da CHESF, tinha um comercio em nossa cidade. Vamos em frente.

Quanto ao participar o FERRAGEIRO de concorrencia na prefeitura, tenho minhas duvidas da HONESTIDADE do proprietário do negocio pois ele não poderia nem pensar em participar de licitações.

Anônimo disse...

Pelo pouco entendimento que tenho
cabe ao denunciante o onus da pro
va.E quem denuncia sem apresentar as provas responde pelo crime de difamação.Portanto, deve o denun- ciante fazer a denúncia formalmen
te na justiça, e acabar com estas
denuncias em planfetos apenas pa-
ra aparecer e que não levam a na-
da,nem para quem denuncia nem pa-
ra o denunciado.Se tem provas do
que diz,faça a denúncia a Promoto
ria Pública a fim de que o denun-
ciado se defenda, pois, este tipo
de denuncia como foi feita,talvez
nem na memória do povo fique.Fica
o dito por não dito.