Um total de 1,42 milhão de famílias, nos 417 municípios da Bahia, recebem o Bolsa Família
O Programa Bolsa Família (PBF) virou um verdadeiro ‘meio de vida’ para a população mais pobre e vulnerável, contrariando o caráter emergencial do programa, que é pautado na promoção do alívio imediato da pobreza e da fome, por meio da transferência direta de renda à família. O problema é que, em alguns casos, os parcos recursos do benefício, que deveriam funcionar apenas como um complemento de renda, passam a ser a única ou a principal renda da família.
Marilene do Nascimento, de 38 anos, doméstica e atualmente desempregada, é uma das 1,42 famílias nos 417 municípios da Bahia que recebem o benefício. Ela sustenta dois filhos, de 9 a 16 anos, com R$ 130. Marilene está no programa há cerca de três anos. Morava na casa da mãe, mas há três meses está morando, com as crianças, em uma casa paupérrima de um irmão no BTN III e conta que, há sete meses, está desempregada, mas dá graças a Deus quando consegue uma faxina, embora para ganhar apenas R$ 30. “Já ajuda, porque com o dinheiro do Bolsa Família, mal dá para comprar comida, e fica faltando dinheiro para roupa e sapatos para as crianças”, disse. “A gente fica rezando para os meninos não adoecerem, para não ter que comprar remédio”, acrescentou. Ela trabalhou durante algum tempo para terceiros, vendendo espetinhos de churrasco, ganhando R$ 40 por mês, mas por conta de desentendimento com a proprietária, decidiu sair. Hoje, ela quer juntar dinheiro para comprar sua própria carroça para vender espetinhos, com seus filhos, mas disse que está difícil, com o dinheiro que recebe por mês.
Mesmo quem tem um pouco de qualificação, encontra dificuldade de conseguir emprego, e acaba refém do dinheiro do Bolsa Família. “Eu recebo R$ 120 do Bolsa Família, e com isso dá para levar. Minha irmã faz faxina e minha avó, aposentada, também ajuda como pode”, revelou a balconista desempregada há dois anos, Gerlane da Silva, de 26 anos, moradora do bairro Perpétuo Socorro. Com o dinheiro, ela alimenta a filha Fabíola e a sobrinha Janaína, ambas com 8 anos de idade.
Desde o ano passado, Gerlane deixou seu currículo numa loja do centro, mas embora tenha o ensino médio, curso de informática e de secretariado, disse que, até o momento, não foi chamada para trabalhar. “Eles contratam por perfil. Quando a gente chega lá, já tem outra pessoa no lugar”, disse. Ela já se submeteu a duas entrevistas de emprego, mas ainda não conseguiu trabalho, e nem mesmo como balconista de lanchonete conseguiu colocação novamente. Mas para ela, nem todo mundo quer trabalhar, depois que ganha o benefício do Bolsa Família, conforme revelou alguns casos. “O povo se acomoda, e muito. Diz que dá para viver”, disse. Este mês, o dinheiro do Bolsa Família também ajudará a comprar o material escolar das meninas.
*nomes fictícios
O Programa Bolsa Família (PBF) virou um verdadeiro ‘meio de vida’ para a população mais pobre e vulnerável, contrariando o caráter emergencial do programa, que é pautado na promoção do alívio imediato da pobreza e da fome, por meio da transferência direta de renda à família. O problema é que, em alguns casos, os parcos recursos do benefício, que deveriam funcionar apenas como um complemento de renda, passam a ser a única ou a principal renda da família.
Marilene do Nascimento, de 38 anos, doméstica e atualmente desempregada, é uma das 1,42 famílias nos 417 municípios da Bahia que recebem o benefício. Ela sustenta dois filhos, de 9 a 16 anos, com R$ 130. Marilene está no programa há cerca de três anos. Morava na casa da mãe, mas há três meses está morando, com as crianças, em uma casa paupérrima de um irmão no BTN III e conta que, há sete meses, está desempregada, mas dá graças a Deus quando consegue uma faxina, embora para ganhar apenas R$ 30. “Já ajuda, porque com o dinheiro do Bolsa Família, mal dá para comprar comida, e fica faltando dinheiro para roupa e sapatos para as crianças”, disse. “A gente fica rezando para os meninos não adoecerem, para não ter que comprar remédio”, acrescentou. Ela trabalhou durante algum tempo para terceiros, vendendo espetinhos de churrasco, ganhando R$ 40 por mês, mas por conta de desentendimento com a proprietária, decidiu sair. Hoje, ela quer juntar dinheiro para comprar sua própria carroça para vender espetinhos, com seus filhos, mas disse que está difícil, com o dinheiro que recebe por mês.
Mesmo quem tem um pouco de qualificação, encontra dificuldade de conseguir emprego, e acaba refém do dinheiro do Bolsa Família. “Eu recebo R$ 120 do Bolsa Família, e com isso dá para levar. Minha irmã faz faxina e minha avó, aposentada, também ajuda como pode”, revelou a balconista desempregada há dois anos, Gerlane da Silva, de 26 anos, moradora do bairro Perpétuo Socorro. Com o dinheiro, ela alimenta a filha Fabíola e a sobrinha Janaína, ambas com 8 anos de idade.
Desde o ano passado, Gerlane deixou seu currículo numa loja do centro, mas embora tenha o ensino médio, curso de informática e de secretariado, disse que, até o momento, não foi chamada para trabalhar. “Eles contratam por perfil. Quando a gente chega lá, já tem outra pessoa no lugar”, disse. Ela já se submeteu a duas entrevistas de emprego, mas ainda não conseguiu trabalho, e nem mesmo como balconista de lanchonete conseguiu colocação novamente. Mas para ela, nem todo mundo quer trabalhar, depois que ganha o benefício do Bolsa Família, conforme revelou alguns casos. “O povo se acomoda, e muito. Diz que dá para viver”, disse. Este mês, o dinheiro do Bolsa Família também ajudará a comprar o material escolar das meninas.
*nomes fictícios
Um comentário:
Uns dão o nome também de "BOLSA ESMOLA"
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